SC: declarações tornam mais tensa relação entre as polícias Civil e Militar
SC: declarações tornam mais tensa relação entre
as polícias Civil e Militar
O mal-estar que se vê muitas vezes em todo o Brasil na hora da cooperação entre as polícias Civil e Militar ficou evidente na quarta-feira (17) em Santa Catarina. Declarações de um comandante de batalhão da PM mostraram a insatisfação com colegas da Civil. O governador do estado determinou a criação de um grupo para acabar com a briga e definir os papéis de cada polícia. O desabafo do comandante do batalhão da Polícia Militar de Jaraguá do Sul, no norte de Santa Catarina, foi gravado com um celular durante um curso de formação de soldados. O tenente-coronel Luiz Rogério Kumlehn critica os delegados da Polícia Civil da região, com os quais tem de cooperar no trabalho de segurança pública. “Aquele ‘documentozinho’ que o delegado mandou para mim dizendo que eu tenho cinco dias para responder, dizendo que eu tenho. Primeira coisa, não tenho nem obrigação de te responder. Para começar, nem obrigação eu tenho. Quer? Vá investigar”, declarou o tenente-coronel Luiz Rogério Kumlehn na gravação. O comandante de língua afiada foi sumariamente exonerado da função pela Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina. A conduta dele está sendo investigada pela Promotoria de Justiça Militar. “Dependendo das investigações, podem surgir elementos que indiquem a prática de outros crimes, como desobediência ou até prevaricação relacionadas com esses supostos entraves à ação constitucional dessas autoridades”, afirma o promotor da Justiça Militar de Santa Catarina, Sidney Dalabrida. O caso tornou ainda mais tensa a relação entre as polícias Civil e Militar. A Associação dos Delegados acionou o Ministério Público contra o que considera uma ingerência da PM em funções da Polícia Civil. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar só pode fazer o registro de delitos de menor poder ofensivo. Os exemplos citados pela Associação dos Delegados são considerados casos isolados e estão sendo investigados pela Corregedoria da Polícia Militar.
Um tenente-coronel da PM critica os delegados da Polícia Civil do estado, com os quais tem de cooperar no trabalho de segurança pública.
“Existe uma queda de braço entre as polícias Militar e Civil de Santa Catarina em razão da usurpação das funções das atividades da Polícia Judiciária previstas na Constituição. A Polícia Militar vem fazendo interceptações telefônicas, mandatos de busca e apreensão, inclusive prisões, o que é ilegal, inconstitucional e abuso de autoridade”, apontou o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina, Renato Hendges.
“Essa posição que ouvimos é do presidente da Associação dos Delegados em Santa Catarina, o que não representa de maneira alguma a posição das autoridades de segurança pública do nosso estado. A Polícia Militar cumpre, sim, suas missões constitucionais”, declarou o tenente-coronel João Schorne Amorim, chefe de gabinete do comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina.
Fonte: https://g1.globo.com/bom-dia-brasil
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